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sábado, 5 de novembro de 2011

Grandes Lições com Roberto Justus



Os Administradores do futuro: quem são eles?

O mundo está mudando isso todos já sabem, mas será que você irá sobreviver às transformações? Descubra 5 estratégias para não virar um dinossauro e garantir sua vaga na futura geração de líderes!

Olhe para economia de outros!

A família Smith comprou a casa dos sonhos. Fez um empréstimo, parcelou em centenas de vezes, mas nunca conseguiu pagar a hipoteca. Problema deles, certo? Não mais. A crise americana do subprime deixou esta lição aos administradores do futuro: ficar de olho no telhado do vizinho pode, sim, ajudar na sobrevivência de um negócio. Afinal, na era da globalização, quando uma economia sofre, todas sofrem juntas – e quem não está atento às oscilações do mercado pode ser pego de surpresa. Foi o que ocorreu quando, a partir de 2007, o caos no mercado imobiliário americano causado pelas hipotecas de risco fez os bancos perderem totalmente o crédito, o que gerou um efeito dominó negativo no mundo inteiro. Empresas fecharam as portas, outras viram as vendas despencar.
O erro delas, segundo alguns especialistas, foi terem se voltado demais para o próprio umbigo. "Não podemos mais simplesmente gerir um negócio sem levar em conta as consequências mais amplas do que estamos fazendo", explica Bruce Kogut, professor de Liderança e Ética da Universidade de Columbia, nos EUA. Para os alunos e futuros líderes, ele ensina o que chama de "pensamento integrado". "Na prática, significa separar o que pode ser útil e bom para o crescimento econômico e financeiro de uma empresa daquilo que, a longo prazo, pode se revelar destrutivo para todo sistema – e, a partir dessas informações, fazer a escolha certa", afirma Kogut. E qual é a decisão ideal? É aquela "baseada na ética", defende o especialista.

Adapte-se as mudanças no ambiente de trabalho!

É preciso agir como um camaleão para sobreviver em um ambiente hostil e competitivo. Mas, na hora de mudar de cor, recomendamos o verde aos futuros líderes. Em outras palavras: vista a camisa da ecologia, adotando uma atitude a favor da natureza. Uma empresa amiga do meio-ambiente, cá entre nós, ganha pontos no quesito marketing. Ser ecologicamente correto soa bem, rende reportagens favoráveis na mídia e, claro, o reconhecimento do público – e tudo isso, de um jeito ou de outro, pode ser revertido em lucro. Esse, no entanto, é o aspecto mais superficial. É importante lembrar que o impacto ambiental causado por um empreendimento pode abalar ecossistemas inteiros, prejudicando regiões, países e o próprio planeta. E, no futuro, quem paga o pato é a própria empresa.
Diante desse risco, James Clawson, professor de Administração de Empresas da Universidade de Virginia, nos EUA, faz um alerta aos líderes do futuro: "Não podemos continuar extraindo, usando, descartando e partindo para a próxima reserva. Temos de nos conscientizar de que é necessário viver de modo mais sustentável". Isso significa apostar em novos modelos de funcionamento e até repensar a cultura inteira de uma companhia. A Wal-Mart, gigante do varejo norte-americano, fez isso quando investiu 500 milhões de dólares na redução de gases causadores do efeito estufa e no consumo consciente de energia elétrica. As consequências dessas decisões talvez sejam percebidas só daqui a algumas décadas, pelas próximas gerações. Mas ninguém duvida de que valerá a pena.

Entre na era virtual/tecnológica.

Você usa email, conversa em chats e até arrisca opinar em fóruns da internet. Mas isso não significa que está por dentro do que acontece na aldeia virtual. Afinal, ainda há o Linkedin, o Twitter, o Tumblr e inúmeras outras ferramentas online esperando por você. Elas se multiplicam a cada dia e oferecem possibilidades de comunicação jamais vistas antes. Cabe ao administrador do futuro ficar de olho nesse arsenal tecnológico e descobrir como tirar o melhor proveito de tudo isso. Quer alguns exemplos? Você pode começar utilizando a internet para acelerar a troca de informações com seu time, compartilhar documentos e discutir todo o tipo de ações – para isso, basta uma simples conta de email ou um serviço chat. Também é possível usar o ambiente online para acompanhar o desempenho das equipes, dar feedback mais rápido aos funcionários e ainda realizar treinamentos e conferências - nesse caso, uma webcam e muita disposição para falar e ouvir são mais do que suficientes.
As empresas ainda podem aproveitar as ferramentas virtuais para estreitar a relação com seu clientes, tornando a comunicação mais pessoal e instantânea. Hoje, isso é possível por meio dos microblogs como o Twitter e o Tumblr ou de redes sociais como Facebook, que ainda permitem esclarecer dúvidas de consumidores, apresentar produtos e serviços, realizar pesquisas de opinião, entre outras coisas. As opções são muitas e o segredo, como você já adivinhou, é se manter conectado.

Não espere o funcionário se adaptar!

Manter uma equipe motivada, produtiva e engajada não é fácil. Para piorar, de algumas décadas para cá, valores como fidelidade e lealdade a uma única empresa parecem ter ficado para trás, o que aumenta o desafio de quem está na liderança. "Além disso, as mudanças de perspectivas profissionais, a partir de um mercado mais exigente em termos de formação, experiência e atualização, também criaram funcionários mais exigentes com a empresa, no que se refere à expectativa de crescimento, benefícios, treinamentos e qualidade das relações de trabalho", afirma a psicóloga Clarissa de Franco, em São Paulo.
Diante desse quadro, a saída é uma só: adaptação. "O que servia ontem para a satisfação dos empregados hoje pode já não mais servir. Assim, a empresa deve caminhar e se transformar em comunhão com quem a constrói", aconselha a especialista. Foi o que ocorreu na sede do Google, na Califórnia, onde os funcionários hoje têm direito a café da manhã, almoço e jantar, além de guloseimas a qualquer hora do dia. Os googlers ainda dispõem de cabeleireiros, massagistas, salas de ginástica, creche para os filhos e até pet shop.
A experiência da empresa californiana mostrou que simples mudanças como essas podem refletir positivamente no desempenho das equipes, aumentando a produtividade. Na Suécia e na Dinamarca, algumas companhias também seguiram caminho semelhante. Depois de constatar que muitas pessoas não "funcionam" bem pela manhã, elas decidiram se adaptar ao ritmo biológico dos funcionários e passaram a oferecer horários noturnos alternativos.
O home-office, ou escritório em casa, é outro modelo que reflete a adaptação das empresas às necessidades dos indivíduos. Nesse caso, o funcionário trabalha em casa, conectado com o chefe pela internet. "A maior vantagem é a flexibilidade do horário de trabalho. Se, pela manhã, estou sempre cansado e com sono, posso trabalhar tranquilamente à tarde e à noite", explica o professor universitário e programador Maurício Linhares,de João Pessoa, que adotou o home-office para trabalhar para uma empresa norte-americana de tecnologia. Segundo ele, outra vantagem é a economia de tempo no deslocamento casa-trabalho e a redução do estresse causado pelo trânsito congestionado das grandes cidades.

Aprenda de tudo um pouco.

Aprender e essencial. Seja na sala de aula, seja na prática. Mas não adianta decorar teorias, fórmulas e seguir a receita do sucesso alheio. A saída, para o líder do futuro, é pensar fora da caixa, ou seja, buscar aprendizado além dos limites da sua própria área. Um exemplo disso veio da Universidade de Oxford, na Inglaterra. No novo mestrado da recém-criada Blavatnik School of Government, a grade de disciplinas foge a todos os padrões das escolas de Administração e oferece aulas de Direito, Ciências Sociais, Tecnologia, Saúde, Finanças e Energia. Com essas mudanças, a universidade, que se gaba de ter educado 26 primeiros-ministros britânicos e 30 líderes mundiais, quer que seus alunos aprendam a pensar de maneira mais ampla e globalizada.
Ao sair de lá, eles irão entender de economia a mudanças climáticas, de administração a pandemias de gripe. "Queremos oferecer aos líderes de amanhã o melhor do ensino tradicional de Oxford associado com novas maneiras de compreender as transformações que atingem essa área", afirmou o vice-reitor da universidade Andrew Hamilton, durante a inauguração da escola, em setembro. E já que a tendência é diversificar o aprendizado, não custa lembrar o quanto é importante, para um líder em formação, aprender sobre outras culturas, dominar novos idiomas e principalmente ler e se informar sobre o mundo. As informações estão todas à mão, hoje disponíveis em apenas um clique de mouse.